Assembleia da Tradição
Druídica Lusitana
Egrégora Lvsitana
Assembleia da Tradição Druídica Lusitana
A Expressão Lusitana da Tradição Primordial
A Assembleia da Tradição Primordial Druídica Lusitana é uma comunidade naturalmente constituída por seres de boa vontade que comportam em si o profundo desejo de resgatar a Antiga Tradição Céltica Lusitana e contribuir de forma humilde, esclarecida e apaixonada para a construção de um Bem Comum Espiritual.
Os fundamentos da sua acção Espiritual encontram-se radicados na convicção da existência de uma Fonte Primordial cuja Transcendência se reflecte no Tecido da Criação.
Por serem emanações dos seus princípios, entendemos que todas as leis são necessariamente reflexos das Leis Universais; e que, mesmo sendo reflexos e operando em dimensões distintas, não deixam de ser manifestações diversas e dinâmicas da Fonte Primeva. Assim, quando se percorre o Caminho da Natureza, com naturalidade, facilmente se atinge uma intuição do caminho da Espiritualidade.
Uma prática esclarecida de Espiritualidade não só implica assumir um compromisso de aprendizagem sobre o destino humano à face da Terra, mas também disponibilizar à humanidade um Caminho digno para realizar conscientemente esse mesmo destino. A Busca ou o nosso encaminhamento em Imram, traduz-se, em primeiro lugar, por um abandono das regras colectivas e por uma procura incessante da Verdade no interior do próprio ser: começa por ser uma busca individual pelo Bom, pelo Belo e pelo Autêntico, mas que se cumpre de forma irmanada.
A verdadeira Sabedoria traduz-se pela descoberta de um acesso à Inteligência Cósmica e a uma participação Consciente na Vida por meio de uma acção benfazeja. Ao estarmos inseridos no plano Divino da Evolução e da Solidariedade Universal, estaremos activamente inseridos no caminho da realização do nosso Destino humano.
Ficha de identificação:
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Designação da Unidade Gregária: Assembleia da Tradição Druídica Lusitana. Membro Fundador da Celtic Druid Alliance.
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Contacto: atdlusitana@gmail.com
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Fundada em: Lusitânea Céltica, aquando da celebração da cerimónia de Beltane, no dia 01 de Maio do ano civil de 2004.
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Linhagem: Linhagem Regular da Tradição Primordial, que remonta à primeira noite dos tempos, a cujo trânsito a ATDL se reconectou sincreticamente, e se fundou como expressão Céltica Lusitana.
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Foca-se sobre: Aspecto Espiritual, Filosófico e Cultural.
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Linguagens utilizadas: Nas suas dimensões litúrgicas a ATDL usa a língua portuguesa. No diálogo com a Irmandade poderá usar outras línguas para facilitar a comunicação.
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Símbolos principais: A Glande do Carvalho Lusitano, encimada por 3 folhas da mesma Árvore, cujo significado traduz uma procura humilde e o cuidado constante que devemos ter em dar uma resposta virtuosa e adequada aos princípios emanados pelos 3 Raios da Luz Branca, e na qual também se inscreve a Pentaskelle Céltica Lusitana, que nos informa dos 5 Valores Lusitanos (Responsabilidade, Confiança, Universalidade, Inspiração e Paz) que devem superintender a prática das 9 Virtudes (Honorabilidade, Justiça, Lealdade, Valentia, Generosidade, Hospitalidade, Humildade, Sabedoria, Eloquência) da nossa Tradição. Para além destes símbolos, que no seu conjunto perfazem o logograma da ATDL, também salientamos o nosso Triban, cuja original concepção de imagem, uma vez que assumiu a forma de 3 Menires Lusitanos, traduz, para além do seu significado habitual, o carácter Ancestral da nossa Tradição. Finalizando, a nossa Triskelle Céltica draconizada, que nos vincula às múltiplas tribos das quais descendemos e que, por via da sua Aliança, formaram o mosaico gregário a que chamamos de Mátria Lusitana. Faz também clara referência à grande família Céltica Indo-Europeia.
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Textos de referência sobre os quais se apoia a existência e a acção do grupo: Para além de inúmeras obras congéneres e de enfoque na Religiosidade e Espiritualidade Céltica Lusitana, Luso-Galaica, em particular, e Indo-Europeia, em geral, a ATDL apoia-se num vasto conjunto de estudos de cariz etnográfico, antropológico, histórico-cultural e filosófico para sustentar a sua actividade.
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Condições de admissão: Ser crente ou filiado da Tradição Lusitana, observar os princípios da nossa Tradição, bem como os compromissos éticos que deles emanam, efectuar um pedido de adesão através de um formulário disponibilizado pela ATDL e cumprir um período de cerca de um ano em instância de postulante, para além, ainda, de, à data do pedido de adesão, se encontrar na maioridade ou, em caso de menoridade, apresentar autorização dos pais ou tutoria.
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Cerimónias: A ATDL celebra os Quatro Festivais, os dois Solstícios e os dois Equinócios que constituem a Roda Litúrgica do Ano Céltico, sendo que, de entre estas celebrações, algumas assumem um carácter aberto (públicas), e outras um carácter fechado (privado: destinando-se apenas a membros e convidados).
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Frequência: Constância anual, dentro da correspondente sazonalidade e inter-sazonalidade das Cerimónias da Roda do Ano, e variação discricional nos Ritos Familiares ou na comemoração de efemérides próprias da Narrativa Ancestral Lusitana.
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Graus de iniciação (por colação de graus com realização de cerimonial correspondente): Três graus funcionais pós-discípulados e sub-categorizados: Bardo (cuja designação interna assume o nome de Abrunheiro ou Macieira, consoante o género), Vate (cuja designação interna assume o nome de Zimbro Lusitano ou Avelaneira, consoante o género) e Druida, grau antecedido pelo trânsito de Êubage (cuja designação interna assume o nome de Amieiro ou Bétula, consoante o género), e que assume 3 níveis funcionais: Druida Pendragon ou Chefe Dragano, Druida ou Ban Druida Hieróskopo [no caso feminino ainda pode ser designada por «Senhora dos Lumes»] e Arqui-Druida ou Arqui-Ban Druida, Endre ou Semnothei (cujas designações internas assumem os nomes de Teixo ou Faia, Sobreiro Lusitano ou Azinheira Lusitana, Pai-Carvalho ou, ainda, Mãe-Oliveira, respectivamente e consoante o género). Por sua vez, o pré-discípulado assume a condição de Neófito ou Marcassin (cuja designação interna assume o nome de Yowanko, Semente-Menina ou Menino, consoante o género), e o discípulado assume a condição de Discípulo Aceite (cuja designação interna assume o nome de 1º Arbusto) ou Discípulo Investido (cuja designação interna assume o nome de 2º Arbusto). Não se tratando de um grau propriamente dito, o Chefe da Égregora, cuja eleição cíclica anual resulta do reconhecimento pela comunidade, é internamente designado como Zambujeiro Lusitano, cuja função principal é preservar a união da comunidade com enfoque no Bem da Egrégora.
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Carácter sacerdotal? Sim.
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Iniciação da mulher: A ATDL defende uma Dignidade Espiritual que seja transversal, para além da raça, género e orientação sexual, pelo que todos poderão ter acesso aos ensinamentos e aos graus correspondentes à sua evolução.
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Rito de iniciação: Através de liturgia própria nas elevações aos graus funcionais e à recepção das Sementes no seio da Egrégora.
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Atribuição de um nome iniciático? Sim.
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Juramentos? Sim.
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Paramentos: Diferentes matizes de Branco para os Sacerdotes, diversos tons de Azul e Verde para Bardos e Vates. Por serem cores próprias da Tradição Lusitana, também são usados alguns tons de Castanho, Ocre e Vermelho.
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Ensinamento: Presencial, através de cursos suportados por manuais, oficinas e conferências, mas também através de plataformas da internet.
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Publicações: Manuais, Monografias, Revista Semestral e Artigos.
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Cerimónias familiares: Nascimento, União Espiritual (casamento), Exéquias (funeral).
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Secções descentralizadas? Sim, clareiras, bosques e pomares.
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Incompatibilidades? Sim, para além das que são evidentes, e que tornariam o elenco demasiado extenso, salientamos as seguintes: pertencer a uma outra obediência de carácter iniciático que não a Tradição Druídica Primordial, atentar contra a Natureza e Animais, praticar proselitismo, sectarismo, xenofobia, racismo ou misoginia, bem como usar a Tradição para auto-promoção. No que se refere à idade, género ou orientação sexual, raça e estado intelectual, não existem incompatibilidades.
Nota: Esta ficha segue o modelo apresentado por Michel Raoult em «Les Druides – les sociétés initiatiques celtiques contemporaines», Editions du Rocher, 1992, p.400.