Assembleia da Tradição
Druídica Lusitana
Nemetons
Ao longo destes anos a ATDL tem realizado o seu Múnus ou Ofício Espiritual em diversos Nemetons que, mais do que simples locais, se tornaram verdadeiros Abrigos Sagrados do Ofício da Tradição Primordial, bem como testemunhos vivos das nossas andanças Lusitanas. Neste nosso acontecer Lusitano, tivemos não só a honra de receber as Bênçãos Divinas onde eles nos possibilitaram estar, bem como a honra de poder desenvolver uma relação umbilical com o Espírito do Local que, não obstante diversas formas, assume em todas elas o Teónimo Lusitano de Nemedus. Quer seja em Espaços Virginais Naturais ou quer estejam estes transmutados em Templos Megalíticos, em todo o caso Espaços com profundo Sentido Espiritual, Nemedus sempre tem abençoado a nossa Tradição Lusitana, razão pela qual, e na esperança de cujas Bênçãos continuemos a ser dignos, a Ele nos dirigimos como seres eternamente gratos.
Cada um destes locais de Culto Lusitano deixa-nos impregnados de variados sentimentos e inscrições, pelo que seria sempre pouco dizer tudo o que fosse humanamente possível aqui dizer de adequado ou que espelhasse minimamente o nosso sentimento de gratidão por aquilo que estes Ethos de pertença nos têm possibilitado. Neste sentido, pedimos que entendam esta nossa humilde expressão como aquela que comporta em si a mais elevada dignidade para expressar o nosso sentir em relação aos Nemetons de quem somos: «Sagrada Ambiência».
Em cada Nemeton onde a ATDL Oficia a Tradição Lusitana estão, através das profundas inscrições que constam em cada um de nós, também presentes os outros, pois cada um representa períodos de idêntica dignidade do labor conjunto na persecução do caminho para a Bem-Aventurança.
Por ordem cronológica, decorria o ano de 1998, ainda muitos antes da existência da ATDL, um pequeno grupo de jovens estudantes universitários, alguns actualmente membros da ATDL, de entre eles o Arqui-Druida /¡\ Adgnatios, descobriram o «Lago dos Elfos». Pois é, este pequeno grupo de estudantes curiosos acerca da Tradição Celta foi nada mais nada menos do que o prelúdio da nossa Assembleia. Auto-denominavam-se, de forma algo irónica e descomplexada, como a «Antiga Ordem dos Célticos da Ibéria», 'grupo' cujas celebrações eram realizadas de forma tanto ingénua quanto criativa, e cujas liturgias de suporte, muitas delas impregnadas de adaptações bastante pueris, resultantes, talvez, dado o carácter jovial do grupo, da falta de algum conhecimento acerca da sistémica litúrgica, concorriam, não obstante, para a criação de um ambiente cerimonial bastante alegre e saudável, algo que seguramente apelava a uma participação apaixonada por parte dos membros. Escusado será dizer que, depois de constituída, foi lá que a ATDL iniciou a sua peregrinação pela Tradição Primordial. Podemos dizer que é o Nemeton representativo do período verde das novas idades da ATDL, pois foi este Nemeton que acolheu e acompanhou a fase mais jovial da nossa Assembleia. Com ele aprendemos a dar os primeiros passos na nossa Tradição. Talvez seja essa a razão pela qual, agora numa fase mais madura da idade da nossa criança actual, no «Lago dos Elfos», aquando da Celebração do Equinócio Outonal, se precede todos os anos à Eleição do novo Chefe da ATDL, pois foi lá que ganhámos o sentimento de pertença e aprendemos a ser uma verdadeira Egrégora Druídica Céltica Lusitana.
Seguindo a referida ordem cronológica, batemos à «Portela dos Mogos» e fomos tão bem recebidos. Se no «Lago dos Elfos» é necessário ser, em «Mogos», para se ser, basta se estar... lá. Na verdade, estes dois Nemetons mostram-nos precisamente o modo como a divergência radica na convergência entre ser e estar. «Mogos» representa o período Vermelho das novas idades da ATDL. Com ele aprendemos os valores da Tradição e o equilíbrio entre Liberdade e Responsabilidade.
Eis que chegámos à mítica Gruta de Aghirë-Marnis, Nemeton sito a alguns metros de profundidade, no seio da Serra da Arrábida. É o Útero onde a ATDL se cura, qual lobo que lambe as suas feridas, sana desavenças e estabelece horizontes. Este Nemeton é representativo do período Branco da ATDL, período de recolha, meditação e renascimento. Com Aghirë aprendemos a humildade, o alimento, o abrigo e o cuidado.
Finalmente estamos a chegar a «Mātīr Nemet»: o Templo-Mãe da Lusitânea. Trata-se de um Cromeleque que foi construído pela ATDL no Centro Druídico da Lusitânea após o Equinócio de Primavera de 2017, mais propriamente, como sugere a nossa Tradição Ancestral, no período de Lua-Cheia que sucedeu no dia 12 de Abril de 2017, e cuja cerimónia de inauguração coincidirá com o Festival de Beltane do mesmo ano. Para nos assegurarmos de que a implantação e enquadramentos correspondam, dentro do possível, aos parâmetros Arqueastronómicos dos nossos Ancestrais, todo o processo de construção foi coordenado pelo Arqueólogo, Professor e Doutorado em Megalitismo Lusitano, Professor Manuel Calado, cuja dedicação e competência também aqui damos relevo em forma de agradecimento. Brevemente traremos mais novidades.